Não, não é. Não é porque este post é mesmo para falar de xixi e cocó.
Primeira coisa que me intriga: o dicionário da Porto Editora (o da Academia de Ciências também) diz que xixi é o equivalente coloquial de urina, mas já quanto ao cocó diz que é "linguagem infantil".
Pergunto-me: como se dirá xixi em linguagem infantil ? Agua amarela ?
E cocó em liguagem coloquial dir-se-à como ? Caca ?
Bom, passando ao que aqui me trouxe verdadeiramente:
Estas expressões são ensinadas aos miúdos para que eles se refiram (primeiramente) ao resultado das suas necessidades fisiológicas de uma forma quase que... carinhosa (blheec! lol). Acontece que, a par de muitas coisas que os pais ensinam aos filhos quando estes ainda não têm idade para aprender sozinhos, esta está errada.
Quando se vai fazer xixi ou cocó (ou sacrilégio, as duas coisas!), o xixi e o cocó não são feitos quando estamos a.. "fazê-los", apenas estamos a deitá-los cá para fora; o nosso corpo foi produzindo e acumulando o xixi na bexiga e o mesmo se passa com o cocó no respectivo "contentor", que em boa altura esvaziamos, e se os vizinhos tiverem sorte, a par de uns aromáticos compostos de enxofre e metano.
E agora vem a comparação de mau gosto, mas inteiramente verdadeira: quando se tem um filho não se diz no dia do parto que a mulher fez um filho ali na altura, pois não ? Um filho/a é o produto de nove meses de gestação.
Conclusão n.º 1: os tabús fizeram asneira da grossa. Na ânsia de afastar os miúdos dos palavrões e de uma linguagem demasiado tótó (um puto de 5 anos a dizer "vou ali urinar e defecar" ia ser a risota da classe), ensina-se-lhes coisas cientificamente erradas.
Conclusão n.º 2: Cagar e mijar é liguagem de "gente rude do campo", mas está certo!
Não há nada como um post de merda para começar a contagem até ao 200!
Comentando o teu "post de merda", apetece-me dizer-te que, apesar do amor à língua portuguesa, incluindo o prazer sentido na sua correcção ortográfica, sintáctica e semântica, não é preciso ser purista nem fundamentalista.
Há expressões (a maior parte delas idiomáticas) que estão de tal modo enraizadas na prática linguística dos falantes, que não vale a pena estar a "desmontá-las" para provar que estão erradas, a não ser por brincadeira de constatação de hábitos linguísticos.
Repara no seguinte texto, algures no Canto do Ego, sobre variadíssimas "dimensões" do verbo 'tirar':
http://cantodoego.blogspot.com/search/label/L%C3%ADngua%20Portuguesa
Estará tudo errado? Ou, simplesmente, estaremos perante várias hipóteses construídas pelos utilizadores de uma língua?
Já agora, retomando o teu post...
De facto, a mãe não faz o filho no momento em que ele nasce, mas quando o faz, está, pelo menos, consciente de que isso pode estar a acontecer; já o xixi e o cocó que se vão "fazendo" dentro de nós são processos que conhecemos, mas cujos momentos de concepção não controlamos nem acompanhamos. Fará, portanto, algum sentido dizer que fazemos aquilo a que, de algum modo, temos acesso, o que se resume aos momentos de urinar e defecar. Só nesses momentos de controlo da situação temos a sensação de que estamos a fazer algo: 'xixi' ou 'cocó'.
Realmente, o xixi e o cocó que fazemos é aquele a que temos acesso visual, depois de, por necessidade fisiológica, os termos expelido do nosso corpo.
No fundo, e, mal comparando com o nascimento de uma criança, é nos momentos em que urinamos e defecamos que temos o nosso xixi e o nosso cocó, pois, ainda que a conversa ronde o mau cheiro, a verdade é que só a partir desses momentos é que podemos fazer desses excrementos aquilo que quisermos, quanto mais não seja enviá-los para análise.
beijos
com cheiro de rosas
LOLOL!!!
Tenho uma poucas palavras para ti Guida: acordaste sem sentido de humor hoje. Volta cá amanhã!
Beijos
Vê lá tu como são as coisas! Eu que até pensava que estava bem humorada hoje!...
(Palavras, palavras, que sois vós sem uma cara, sem som?!...)
Interessante conversa, a vossa ! ;). Continuem.....
Beijos aos dois