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Aqui as ideias saem sem filtro, sem ponderação, ao sabor dos dias.

Tanto saem que abalaram todas e não admitem aqui mais nada! :( E agora estou em apuros... Lady Godiva ...... Please, Aníbal, help me!

Da Escrita Melodiosa ao Silêncio na Comunicação


JERRY LEWIS, Typewriter

Eu ainda sou do tempo desta escrita sentida por todos os da casa. Ouviam-se as nossas palavras, batidas, tilintadas, cuidadas ao pormenor, tentando não colocar o dedo em tecla errada.

Um engano custava uma folha, se a quiséssemos apresentar na perfeição. E podia custar muitos minutos, dependendo da destreza do dactilógrafo ou da quantidade já escrita aquando da infelicidade. Um engano ficava caro: porque significava gastar mais papel, mais fita de tinta, havia mais necessidade de concentração (para que o azar não se repetisse), perdia-se tempo (e tempo... já nesse tempo, era dinheiro!) e até a máquina sofria um desgaste acrescido.

Ah, ainda sou desse tempo... Foi para aí há tanto tempo como metade da minha existência. Nem muito nem pouco, mas, pelo menos, metade. Trabalhos tantos no teclado desnivelado da minha Olivetti, por vezes com gralhas emendadas com fita correctora branca, outras vezes com o esforço total da repetição do já feito - "com o coração numa cesta"!

Nesse tempo, as palavras soavam e faziam ecoar todos os elementos da sua formação e da construção do texto - a cabeça, o tronco, os membros... e até os adereços!

Mas o tempo é tempo. E, como tal, foge, deixando para trás tudo e todos. Não espera, não tem dó nem piedade. O que ele faz é correr atrás de novidades - para ele, sempre melhores que as antiguidades. E quem quiser, terá de o seguir. E quem não quiser, nada ganhará em lamentar-se.

Hoje escrevemos em teclados nivelados e silenciosos, carregando em "botões com amortecedores", sem anúncio daquilo que fazemos... E se nos enganarmos... trocamos, sem cansaço e sem deixar marca, o errado pelo certo. E podemos pensar que não vamos desperdiçar papel, contribuindo assim para a preservação de muitas árvores (será?), até porque já ganhámos o hábito de cortar as folhas em que há enganos de impressão, para fazermos 'blocos de escrita nas traseiras'.

Onde têm as vossas Olivetti (ou as suas primas)? Elas sabem que nós preferimos o computador. E até já só querem descansar. Mas aposto convosco que gostariam de ser uma peça de decoração dos nossos escritórios. São? Para matar saudades, porque há beleza nelas (fora da caixa - para aquelas que a tinham) e porque seria uma forma de elas comunicarem connosco, convencendo-nos de que no silêncio da escrita de hoje pode haver muito mais "alarido" em muito menos tempo...

Escusado será morrer de nostalgia em gestos de imitação do passado!

Read More 1 Comment | Publicada por Lady Godiva edit post

1 Comment

  1. Aníbal Meireles on 24 de março de 2009 às 01:00

    Este post é todo ele delicioso!

    Nunca tive uma máquina de escrever, embora ainda fosse a tempo de ter tido. Mas não, entrei logo na era digital, portanto vejo e percebo, mas não sinto tanto isso. Só sei que as ideias me fluem melhor no digital no que no papel.

    Pode no entanto ser impressão minha, porque há séculos que não escrevo longamente no papel, e a minha desenvoltura de escrita se ter apropriado e fundido com o digital, não tendo eu a noção se o teria feito de igual forma no papel, ou numa máquina de escrever, fruto do natural desenvolvimento que teria tido de qualquer maneira.

    Mas tenho cá em casa uma belíssima máquina de escrever, com mala e tudo, mas a sério: pesadona, de teclas redondas e respectivos rebordos cromados/inox.. acho que é dos anos trinta/quarenta! Peça de museu, estás a ver ? Também por ali tenho uma moderna, do fim dos anos noventa (!), já numa perspectiva mais funcional do que estética.

    Mas quase nem teve uso! Era para um pessoa info-excluida, que entretanto já se converteu ao reino do e-mail, do word, dos blogs e do youtube, entre outras coisas!

    Infelizmente, neste reino não sei onde pára nem uma nem outra, portanto não sei as respectivas marcas.

    Quanto a pouparmos mais ou menos.. pois.. isso é conversa parecida com o vídeo aqui de baixo.. nunca ninguém deve ter feito a conta como deve ser para sabermos ao certo. Poupamos papel ? E as vezes que imprimimos e voltamos a imprimir ? Se nos damos ao luxo de estar com menos atenção... e a electricidade ?

    Olha, teclados nivelados e silenciosos é que não estou inteiramente de acordo - os da IBM faziam cá um barulho! Tenho cá um se quiseres experimentar! Tenho a impressão que faziam de propósito como "medida de transição"!

     


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