Hã? Querem título mais honesto do que este ?
Ora vamos lá, que eu afinal quero ir para a cama:
(adoro contradizer-me)
A primeira interrogação é:
Porque raio, no fim do séc. XIX, início do século XX se cunhou a expressão "modernismo" para caracterizar um conjunto de movimentos ?
É que depois veio o Pós-modernismo, que é a época em que ainda vivemos.
Este termo "pós-modernismo" faz-me sempre alguma confusão; dá a sensação de que estamos do outro lado da história, na dimensão X, à deriva no espaço.
É que no fundo nós estamos "naquilo que vem a seguir ao modernismo". Não é isto de uma pobreza franciscana para caracterizar uma das vertentes da era em que vivemos ?
É um termo estúpido, pronto. É que "moderno" caiu no goto do povo para tudo o que é actual, e com algum futuro pela frente. Ora, nós agora, por incrível que pareça, temos um moderno que não é moderno, porque já existe uma coisa que veio a seguir ao moderno.
É quase tão estúpido como alguém se lembrar de dar à época em que vivemos o termo "hoje, agora". E depois evoluíamos e deixávamos de estar no "hoje, agora", para estarmos no "depois do hoje, agora".
Aqui até mais vale dizer: "'agora' estamos no amanhã"
Está tão na moda chamar as coisas por versões: estamos na Web 2.0, nas redes de terceira geração e meia, porque não podemos estar no Modernismo 2.0 ? Ou, vá lá, no Supermodernismo ? Até levantava a auto-estima. Agora Pós-modernismo parece que fomos borda fora, qual intruso numa embarcação de piratas. Ou que estamos de ressaca, depois de uma noite de copos.
É estúpido, pronto. Acabei de me colocar em bicos de pés para fazer cócegas a ilustres cabeças deste mundo, concerteza. Nenhuma delas vai ler este blog, claro. Ainda bem :D
E agora para algo ainda mais prosaico:
De onde vêm os indianos que vendem flores à noite nos restaurantes ? Entram, saem, não se interesam pelos magníficos jogos de futebol que passam na televisão, apenas miram casais a quem impingir flores. Onde é que eles se abastecem ? Será que vão todos religiosamente, qual carreiro de formigas, a um secreto armazém de flores para indiano vender, já pré-programadas para murcharem e mirrarem inacreditavelmente dali a duas horas, qual múmia que se retira do sarcófaco passados três mil anos ?
Alguém que me explique este mistério desta espécie de "Espécie", que tem hábitos, horários, comportamentos, mercadoria, em tudo semelhantes, e uma origem misteriosa ?
Alguém interessando em seguir um indiano para ver de onde ele vem e para onde vai ?
Será que eles fazem parte de uma encenação tipo aquele filme com o Jim Carrey, e nós somos todos actores num estúdio gigantesco sem o saber ?
E prontos.
Amanhã cá virei com uma comissão avaliar este post e reparar que escrevi mal a palavra "pronto". É no que dá escrever posts à pressa!
Trilorico
Gosto daquela música, " Saber amar" associada àquelas imagens. Já deves ter reparado que gosto de tudo o que fale ou exprima amor, paixão, emoções e afins. As minhas filhas mais velhas costumam dizer-me que eu sou " bué lamechas", que sou "da Idade da Pedra". Acho que elas até têm um bocadito de razão, às vezes não me encaixo bem no Pós-Modernismo... .
Ontem curiosamente, escrevi umas frases com o título ." Coisas em que acredito" e hoje apetece-me deixá-las aqui contigo, neste teu espaço onde podemos dizer todos os disparates que nos vierem à cabeça, não é? Então aqui vai:
Acredito no poder curativo da música quando o coração empedernece e gela e nos tornamos autómatos de ninguém;
Acredito no poder restaurador de um dia de sol quando os sentidos, já cansados escorrem sem forças até aos nossos pés e nos abandonam o corpo, desolados;
Acredito no poder revigorante da água gelada do mar quando corpo e alma desistem e se abandonam a um degredo desejado;
Acredito na força de um olhar intenso e penetrante que já não esperamos sentir após cem anos de solidão;
Acredito que renascemos para mais cem anos de paixão pela vida quando alguém nos segura na mão e a leva aos lábios com ternura.
1 beijo
Rute: adorei a tua ligação da música Saber Amar ao Pós-Modernismo!
Do mesmo lado (ao invés do "por outro lado"), também adorei as tuas frases! E não me considero lamechas, portanto algo de transversal há-de haver nelas :D
Os dias de sol restauram mesmo! E paradoxalmente a água gelada do mar também!
E o olhar é tudo! Nele vês a garra, a força, o desespero, o medo, o amor, a felicidade, os olhos comandam o resto da cara, e quando fazemos por não ser assim, eles dizem sempre a verdade.
(Tirando alguns políticos que disfarçam muito bem. Mas esses devem ter caspa ou coisa do género. (Não me perguntes de onde veio isto, porque não te digo LOL))
Nota-se que as tuas palavras são sentidas. E belas por isso. É também algo de universal. Quem percebe este linguajar escrito das palavras sentidas percebe-se uns aos outros. Parafraseando-te: eu também acredito nisto.
Beijos